Era necessário o empate ou uma derrota por um gol de diferença, e o Bahia soube aproveitar o regulamento muito bem. O tricolor, como visitante, não se intimidou. Saiu na frente, abriu 2 a 0, mas não segurou o resultado. Conteve o ímpeto rubro-negro, arrancou o empate em 2 a 2 e conquistou o 45º título do Campeonato Baiano da sua história. Os gols do esquadrão foram marcados pelo volante Fahel e o experiente meia Lincoln, enquanto Juan e Ayrton marcaram pelo leão.
Agora está tudo igual na história. Com o troféu, na história dos estaduais, o Bahia igualou o confronto e agora são 18 conquistas para cada lado. Quer mais? É mais uma partida sem perder para o Vitória, aumentando assim a invencibilidade para sete partidas consecutivas.
Fora de campo, o presidente Fernando Schmidt é tetracampeão. Eleito no ano passado, após intervenção judicial, o mandatário tricolor volta a comemorar um baianão além do tri consecutivo entre 1972 e 1974.
Jogo
Antes da bola rolar surpresa apenas pelo lado rubro-negro. Ney Franco colocou em campo os dois centroavantes Souza e Dinei, recuperado de lesão, além da escalação do volante Neto Coruja. Do outro lado, tratados como dúvidas durante toda semana, o atacante Rhayner e Anderson Talisca foram liberados. Passaram no teste e iniciaram o clássico no Estádio de Pituaçu.
Começou o clássico
Um jogo muito equilibrado nos primeiros dez minutos. O Bahia, com menos de cinco minutos, levou perigo ao gol de Wilson em cobrança de falta feita por Lincoln, mas ninguém desviou até chegar nas mãos do goleiro rubro-negro. Aos 9, de fora da área, Marquinhos arriscou e obrigou defesa de Marcelo Lomba em dois tempos. Tecnicamente o início do clássico não era empolgante, mas o clima era nervoso, um cartão para cada lado, e muitas faltas.
Aos 15 minutos, depois do chutão, Diego Macedo cortou errado. Juan tentou a jogada individual, mas o chute saiu sem direção. Quem também não teve noção de espaço foi o zagueiro Luiz Gustavo. Aos 20 minutos, ao tentar o passe ao lado da área, errou. Lincoln dominou, driblou e levou falta.
Gol do Bahia
Na cobrança, como no primeiro clássico, Talisca jogou na área e, de cabeça, Fahel abriu o placar. Neste o Vitória, após levar o gol, necessitaria de mais três gols para conquistar o título. O Bahia teve uma chance para ampliar o marcador. Aos 24, após falta de Salustiano em Maxi, Lincoln cobrou falta na barreira e no rebote finalizou para fora.
Mesmo com três atacantes, o que teoricamente deixaria o Vitória ofensivo, os comandados de Ney Franco não conseguiu encaixar os passes. Bom para o Bahia que era exigido apenas em lances de bola parada como aconteceu aos 31 minutos. José Wellison tentou o cruzamento, ninguém desviou, e Marcelo Lomba segurou.
Aos 40 minutos o atacante Rhayner quase marcou o segundo tricolor. Demerson recuperou a bola na defesa e fez um lindo lançamento para Rhayner. Ele disparou, passou por Ayrton e entrou na área. Mas, na hora do chute, pegou errado de perna esquerda e mandou para linha de fundo.
Segundo do tricolor
O Bahia ampliou a vantagem. Aos 42, a defesa do Vitória errou no posicionamento e após o lançamento deixou Lincoln livre, dentro da grande área. O experiente meia dominou, pensou e tocou na saída de Wilson. Bahia cada vez mais perto do troféu de campeão baiano. Foi o último lance importante da etapa inicial.
Torcida do Bahia era só festa nas arquibancadas de Pituaçu, enquanto os rubro-negros protestavam contra ruim atuação do time.
Segundo tempo e gol do Vitória
O Vitória voltou diferente para etapa final. Ney Franco substituiu Souza por William Henrique por dois motivos: primeiro deles dar mais velocidade ao time e consequentemente modificar o posicionamento de Dinei, o deixando mais centralizado e próximo à grande área. E o leão, aos 5 minutos, quase diminui o placar. José Wellison, como homem surpresa, apareceu na grande, girou e finalizou nas mãos de Marcelo Lomba.
Aos 10 minutos, após escanteio, o árbitro Péricles Bassols viu pênalti ao perceber um toque de mão do lateral Diego Macedo. Na cobrança, com muita tranquilidade, o lateral-esquerdo Juan descolocou Marcelo Lomba e marcou o primeiro gol do Vitória na partida.
Vitória empata com 10 em campo
Aos 17 minutos, o atacante Rhayner disparou pelo lado esquerdo e, apesar da adiantar a bola demais, sofreu falta do zagueiro Mateus Salustiano. Um lance infantil. O jovem defensor, que já tinha cartão amarelo, foi advertido mais uma vez e deixou o rubro-negro com dez homens em campo. Na cobrança de Lincoln, o meia Anderson Talisca cabeceou e levou perigo à meta de Wilson.
Com um jogador a menos o rubro-negro foi perigoso aos 20. Mansur cruzou rasteiro e William pegou muito bem na bola, de primeira, mas a finalização antes de chegar na meta pegou em Dinei. O desvio foi fundametal para que o Vitória não chegasse ao segundo gol. A partida ficou lá e cá. No minuto seguinte, Pittoni deu lindo passe e deixou Talisca de frente para Wilson. O camisa 9 tricolor bateu fraco e o camisa 1 encaixou.
Era um lance tranquilo. Aos 28 minutos, na tentativa de cortar o lance, o lateral Pará errou feio e entregou nos pés de Ayrton. O camisa 2 bateu rasteiro e deixou tudo igual em Pituaçu. Para o Vitória, após empatar, era necessário mais dois gols. E a partir do segundo gol foi pura pressão rubro-negra. Aos 40, Rafael Miranda não cortou o cruzamento. Juan pegou de primeira e Lomba encaixou.
No fim, o Bahia criou duas excelentes oportunidades para sacramentar o título. Talisca em jogada individual e depois Rafinha pararam no goleiro Wilson. Era chance atrás de chance. Aos 46, Talisca deixou Diego Macedo em boas condições que bateu cruzado, colocando o arqueiro rival para trabalhar.
FICHA TÉCNICA:
Campeonato Baiano – Final
Vitória x Bahia
Local: Estádio de Pituaçu, em Salvador (BA)
Data: 13/04/2014
Árbitro: Péricles Bassols (RJ)
Auxiliares: Rodrigo Pereira (RJ) e Kleber Lúcio (SC)
Gols: Juan e Ayrton (Vitória) / Fahel e Lincoln (Bahia)
Cartões amarelos: Ayrton, Souza, Cáceres Salustiano (Vitória) / Rhayner, Marcelo Lomba, Lincoln (Bahia)
Público total: 24.020
Vitória: Wilson; Ayrton, Matheus Salustiano, Luiz Gustavo e Juan; Neto Coruja, José Wellison (Mansur) e Cáceres (Dão); Marquinhos, Souza (William Henrique) e Dinei. Técnico:Ney Franco.
Bahia: Marcelo Lomba; Diego Macedo, Demerson, Titi e Pará; Fahel, Rafael Miranda, Lincoln (Pittoni), Rhayner (Rafinha) e Maxi Biancucchi (Anderson Conceição; Talisca. Técnico:Marquinhos Santos.