Promessas do jiu-jitsu baiano, campeões relatam dificuldade para obter patrocínio

27 de maio de 2017
Promessas do jiu-jitsu baiano, campeões relatam dificuldade para obter patrocínio
Menos de um ano após o término dos Jogos Olímpicos Rio 2016, os investimentos no esporte continuam abaixo do esperado, tanto para amadores quanto para profissionais. Para os atletas que estão no início da carreira, o futuro dos investimentos esportivos é uma incógnita, principalmente por conta da crise pela qual o Brasil passa.
No meio de toda a celeuma, os atletas usam a persistência e criatividade para conseguir apoio. Esse é o caso do lutador de jiu-jitsu Bruno Oliveira, de 20 anos. Há um mês, o soteropolitano foi campeão brasileiro em um torneio organizado pela Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu (Cbjj).
Apesar da conquista, Oliveira diz ter conseguido apenas um desconto na academia que treina. “Não consegui nada demais mesmo. Apenas um apoio de uma academia aqui, para a preparação física, mas, mesmo assim, foi apenas 50%”, explicou, em entrevista ao Bahia Notícias.
Para conseguir viajar para Barueri (SP), local onde subiu mais alto no pódio, ele contou com um apoio pontual de Dr. Allan Abbehusen, então candidato a vereador em Salvador, que não conseguiu se eleger em 2016. Na ocasião, parte das despesas com a passagem de avião foi paga pelo político.
Fora esta ajuda de custo, não há patrocínio, o que causou frustração ao lutador, campeão na categoria adulto leve, com a faixa branca – no pódio, ele foi graduado faixa azul. “Atleta de jiu-jitsu necessita muito de apoio financeiro, porque tudo é muito caro, do kimono à inscrição em campeonato. Principalmente aqui na Bahia, é muito difícil se conseguir um patrocínio. Por isso perdemos muitos talentos, vão para outras academias em outros estados, em busca de melhores patrocínios”, se queixou.
No nacional, ele chegou ao topo do pódio ao vencer cinco lutas. Destas, duas foram finalizações e as demais por pontos. Além desse título, ele possui dez títulos estaduais em sua categoria.
Bruno foi campeão brasileiro, no mês passado 
E se a busca por apoio é difícil após um título importante, a situação é ainda mais complicada para aqueles que tentam, pela primeira vez, obter a primeira colocação em um pódio internacional. Esse é o caso do também soteropolitano Diego Reis “Tyson”, 18. Ele e o amigo, Igor Oliveira “Itiúba”, 17, tentam arrecadar fundos para disputar o Rio Winter, competição multinacional que acontecerá entre os dias 23 e 25 de junho, no Rio de Janeiro.
Tyson também lamentou a falta de incentivo. “Empresa é muito difícil. Eles não crescem os olhos para a gente. O máximo que a gente consegue é lanchonetes, restaurantes…”, disse, em entrevista ao BN.
Segundo o lutador, a dupla fez até uma rifa para conseguir pagar os custos da viagem. No entanto, só conseguiram cerca de R$ 280 – apenas a inscrição no campeonato custa R$ 150. A projeção de Tyson é que seja preciso cerca de R$ 700 para custear tudo, incluindo passagem, alimentação e hospedagem.
Em 2016, ele foi eleito o melhor atleta juvenil, da faixa branca, no peso pena. Apesar de só ter disputado competições em território estadual, ele crê que esteja preparado para conseguir bons resultados no Rio Winter. “O pódio é o que eu mais quero e tenho certeza que nele irei pisar. Estou tendo uma grande carga de treino, com muita dedicação para esse sonho se realizar”, projetou o atual campeão baiano da categoria.
Tanto Tyson quanto Itiúba integram a equipe Gfteam, no Centro de Treinamento Rodrigo Blumetti, no bairro de São Rafael, em Salvador.
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