Jovem toca quase sozinho projeto social com futebol

26 de agosto de 2016
Em meio a um amplo terreno parcialmente tomado por um campo de futebol de terra batida, crianças correm atrás da bola e adolescentes aguardam do lado de fora a vez dos “grandes” no treino comandado por Alan Sena, um amigo e vizinho deles, no bairro Parque Getúlio Vargas.
Até 80 meninos se reúnem há três anos nos dias de segunda, quarta e sábado (de manhã aos sábados e à tarde nos outros dias). Nas terças e quintas, Alan vai para o George Américo, onde a turma começou há somente quatro meses mas já chegou a 40 jogadores amadores.
É tudo muito básico: campo de terra, bola, chuteiras e coletes para identificar cada um dos times. O importante para Alan é dar uma ocupação para os garotos. Por quê? Alan Sena tem um irmão gêmeo que foi viciado em drogas. Afirma ter sofrido bastante com isso e diz que queria evitar que outras crianças e adolescentes passassem pelo mesmo problema. Através da atividade esportiva, ele acredita que pode canalizar para o bem a energia dos jovens. “Todo jovem tem muita disposição. Jovem tem que liberar a adrenalina. Se a criança ou adolescente tem oportunidade de se envolver com o esporte, futebol, boxe, o que for, vai desenvolver seu talento, ficar feliz, envolvida e não vai ter tempo de pensar em drogas”, acredita ele.
Alan é evangélico e a motivação de ensinar a Bíblia também o move. Antes de cada treino, sempre tem uma meditação, com leitura da Bíblia, algumas palavras e oração. É parte da receita que considera eficaz para manter a juventude afastada de drogas.
“O propósito nosso é conscientizar que a droga é uma furada. Tive um irmão envolvido com drogas. Eu sei o que é conviver com uma pessoa dependente química, não é fácil”, recorda.
Morando num bairro pobre, ele sabe que, sem ter ocupação nem perspectiva de futuro, seus amigos e vizinhos são presas fáceis. Com algum suporte da igreja, tenta nadar contra a corrente da fuga que muitos realizam através do entorpecente e outros pelos sonhos de consumo. “Pra muitos jovens, a ostentação, ter posses, viver bem, ter um carro, é tudo. Nosso objetivo é conscientizar da importância do estudo, da família, de que dá pra ser feliz sem a droga”, detalha.
APOIO
Alan procurou a Tribuna Feirense na esperança de conseguir dar visibilidade ao projeto e obter algum tipo de apoio, que hoje ele só consegue de quem o conhece: vizinhos, amigos e colegas da igreja. “Tenho contribuição de amigos. Nenhum patrocínio mensal”, resume.
Não que ele não tenha procurado. Disse que já percorreu a avenida Getúlio Vargas inteira, loja por loja. Ninguém colaborou, nem sequer topou ir ao campinho ver o projeto em funcionamento (fica por trás de um grande terreno baldio murado, na rua lateral do Amayo, aquele edifício enorme e sem uso na avenida Getúlio Vargas, sentido Centro).
“Já bati em muitas portas. Até o momento não consegui um patrocínio para manter o projeto. Há muitas necessidades. De colete, de bola, tem criança que não tem chuteira, e os pais não têm condição de comprar. A gente vai vivendo com ajuda de alguns amigos”, resigna-se.
Fonte Jornal Tribuna Feirense

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